domingo, 14 de novembro de 2010

Resenha do texto: A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX.

BONILLA, Maria Helena. A práxis pedagógica presente e futura e os conceitos de verdade e realidade frente às crises do conhecimento científico no século XX. In: PRETTO, Nelson De Luca. Tecnologias e novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005. p.70-81.

O texto da autora Bonnila aborda inicialmente as transformações e os avanços tecnológico-científicos que vêem acontecendo e a relação destes com as mudanças de relações e organizações sociais.
As mudanças que ocorrem na sociedade estão ligadas a visão de ordem. Para cada época como a Medieval, a Moderna e a Contemporânea, há uma idéia de ordem. No período Medieval a noção de ordem era tida como sem tempo, onde “cada coisa tinha o seu lugar natural”, o homem tinha uma ligação apenas de contemplação com a natureza e a religião era muito predominante. No período Moderno a noção de ordem e os pensamentos estavam ligados a valorização da linguagem e da escrita, houve um avanço e um destaque para a utilização da tecnologia visual.
Outro aspecto tratado no texto relata o papel da escola frente aos avanços tecnológicos, que a cada dia se destacam em nossa sociedade.
A escola atual se reduz apenas ao processo de transmissão do conhecimento, pois pra ela não interessa o que acontece fora do seu contexto. Para a autora a escola está em crise, por conta disso não há essa interação entre o ambiente externo e interno da escola.
Muitos professores seguem nesse mesmo ritmo das escolas, não enxergam as mudanças que vem acontecendo e não sabem como incorporá-las em seus planejamentos. Tudo isso por conta da mentalidade tradicionalista que está impregnada há muito tempo na prática do professor, onde o mesmo continua acreditando ser o único detentor de saber e responsável pela tarefa de depositar no aluno o conhecimento, conduzindo então o processo de aprendizagem em forma individualista, sendo que deveria ser um processo coletivo.
A autora conclui então o texto relatando que a tecnologia pode auxiliar muito o professor em sua prática, pois por meio da inserção dessas várias tecnologias, o professor pode proporcionar uma aula mais atrativa, despertar nos alunos mais interesse nos conteúdos a serem passados e, sobretudo possibilitar a inclusão dos mesmos nas novas tecnologias.
A aprendizagem não deve compreendida como relevante apenas aquela que é dada somente no espaço escolar, pois a aprendizagem também pode ser construída em outros contextos, muitas vezes muito mais significativa que a proposta na escola.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Os jovens e a tecnologia

Para os jovens, o mundo virtual é um espaço de expressão e descoberta. Mas é preciso orientá-los a reconhecer e a evitar os riscos da internet.

 
"SEMPRE LIGADA Ao abrir canais de contato, a tecnologia torna-se indispensável ao cotidiano do jovem


No que diz respeito à rede mundial de computadores, os especialistas apontam a dificuldade dos jovens para entender que é preciso se comprometer com as ações realizadas no mundo virtual. "Muitos pensam que o ciberespaço não tem efeito algum sobre o mundo real", explica o psicólogo Tiago Corbisier Matheus, do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, e autor de livros sobre o assunto. Quanto à recusa de se responsabilizar pelas próprias ações, nada de novo: é característica da adolescência. Entretanto, embora não tenha mudado o comportamento dos jovens, a tecnologia trouxe novos espaços e ferramentas para as manifestações típicas dessa fase da vida. A internet e os games, por exemplo, permitem a experimentação de papéis sociais, ampliam o leque de relações interpessoais e o contato com informações, fornecendo elementos para a formação da identidade. Para pais e professores, esses recursos são muito novos, o que inibe a exploração. No entanto, é preciso conhecê-los para ajudar a moçada a construir uma relação saudável com eles.
Para os adolescentes, a tecnologia exerce fascínio porque é uma das poucas áreas em que eles têm desempenho melhor que os adultos. "Eles são mais disponíveis para entrar em contato com o novo e se arriscam a testar coisas que as gerações anteriores olham com curiosidade, mas têm receio de não aprender ou medo de se sentir incapazes e ultrapassadas", ressalta Matheus. Os adolescentes podem eleger ídolos, criar culturas próprias distantes da figura de autoridade dos pais e familiares e construir relacionamentos com certo distanciamento e liberdade (essencial na busca da autonomia que caracteriza a puberdade).

"Para os jovens, o mundo virtual é um espaço de expressão e descoberta. Mas é preciso orientá-los a reconhecer e a evitar os riscos da internet".

"A importância de assinalar o limite entre público e privado".

"Para os jovens, o mundo virtual é um espaço de expressão e descoberta. Mas é preciso orientá-los a reconhecer e a evitar os riscos da internet".

 "Amigo virtual deve ser só mais um no círculo de amizades do jovem".

 Os avanços tecnológicos também trouxeram uma nova dinâmica para as relações sociais. Hoje, é muito comum encontrar adolescentes que namorem a distância ou mantenham contatos estritamente virtuais - alguns baseados no companheirismo e na confiança, como indica a fala de Camila*, 16 anos (leia o destaque na página anterior). "Em certo sentido, as amizades pela internet têm a mesma função dos amigos imaginários na infância, especialmente para os mais tímidos", argumenta Matheus. "Eles acabam encontrando em uma pessoa distante as características que esperam de alguém com quem gostariam de se relacionar."

Por fim, vale ponderar um aspecto da vida contemporânea turbinado fortemente pelas tecnologias: o imediatismo. A possibilidade de encontrar tudo ao alcance de um clique, de falar com qualquer pessoa instantaneamente, de baixar vídeos e músicas em banda larga pode dar a impressão - falsa - de que não há espera nesse mundo. "Hoje, os jovens estão cada vez menos reflexivos. Imersos na tela do computador, eles não conseguem parar para pensar sobre a sociedade ou si mesmos. Há sempre algo para ver ou fazer ou alguém com quem falar", argumenta Vanessa. Mas os obstáculos reais, que não podem ser resolvidos aqui e agora, continuam surgindo. Vários deles aparecem na escola, já que aprender requer tempo e dedicação.

Dessa forma, ajudar a garotada a lidar com a impossibilidade de não alcançar todos os desejos rapidamente torna-se ainda mais importante no mundo atual. Enfatizar que grandes projetos (e mesmo pequenos avanços na construção da personalidade) só se concretizam com esforço e persistência é mais um dos desafios na relação dos jovens com o mundo virtual. "Refletir é a melhor forma que o ser humano dispõe para reorganizar seus conhecimentos e entender as próprias emoções", finaliza Vanessa. Essa ação, por enquanto, a tecnologia ainda não conseguiu substituir.

 

Reportagem na íntegra, disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/jovens-teconologia-602331.shtml?page=0